sexta-feira, 19 de junho de 2009

Esse amargo, doce amor (parte 2)

Dirceu chegou à frente da casa de Dona Xica duas da manhã, bêbado e casado de tanto vagabundear pela cidade. Não sabia como, mas tinha que dar um jeito de falar com Zilda, desde que se conheceram, no mesmo dia em que ele a viu na casa de sua mãe, ele não pensava em outra coisa. Mas quem não gostou da idéia foi Dona Xica, que se encheu de ciúme e falou horrores do rapaz para José Freitas, comerciante e esposo de sua filha. Como eles não estavam hospedados na casa de Dona Xica, quem atendeu a sua serenata foi a própria, que sozinha, o convidou a entrar. De camisola branca, com seu corpo ainda atraente, e nenhuma vergonha dele, ela lhe ofereceu café e um banho quente, que ele, aceitou de bom grado, apesar de não entender nada, nem o que estava fazendo ali, nem porque ela agira desse jeito. Quando saiu do banho, ela estava na sala, tomando um copo de vinho, “é do meu marido, ele adora, e pagou muito caro por ele”, e ele respondeu, “deve ter um bom motivo para você oferecê-lo sozinha, a outro homem, em sua casa e a essa hora”. Para loucura dele, como que para satisfazer seus desejos mais carnais, ela tira sua camisola, e mostra seu corpo inteiramente nu, como ela veio ao mundo. Seu corpo não era tão jovem quanto parecia, e quanto ele imaginara, dois filhos e a sua idade não foram gentis com seu corpo, e ela nem era sensual, não era tão fina quanto as mulheres que ele se envolvia, e na cama, ela era simplesmente entediante e desajeitada, dificilmente ele a procuraria de novo, se não fosse pelo seu interesse pessoal, não só por ela, mas pela sua filha também...


Continua...

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Os textos que não tem o nome do autor/fonte, são de minha própria autoria. (Guilherme Bonassa)

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