segunda-feira, 29 de junho de 2009

Esse amargo, doce amor (final)

Estava ele, sentado em um bar, esperando Dona Xica voltar. Já havia recebido uma carta de Zilda dizendo que não queria nada com ele, que era loucura o que estava pedindo. Dona Xica demorava, e ele amargurado, tomando umas e outras, nem percebeu um bando de homens com caras amarradas, fitando o negro rapaz. Quando chegou a hora de fechar o bar, Dirceu saiu sem direção, como que prevendo não chegar a lugar algum; foi só virar a esquina, que os homens atacaram. Dirceu só apanhou sem entender nada até um deles dizer: “quem manda se meter com a mulher dos outros safado!”. Não agüentou então ver do outro lado da rua Dona Xica, olhando tudo sem emoção alguma. Viu a morte de perto. Sentiu o que é não ter lar nem comida, mas sobreviveu. Não queria vingança. Não queria satisfação. Só queria um amor, e com seu coração cheio de esperança sabia que iria encontrar. Só que com aquele surra, ele não sabia se Zilda realmente havia recusado ou se foi seu marido e Dona Xica que escreveram por ela. Mas que se dane (!), curar aquele amor ia ser bem mais fácil que curar seu corpo todo moído!

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Os textos que não tem o nome do autor/fonte, são de minha própria autoria. (Guilherme Bonassa)

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