Estava ele, sentado em um bar, esperando Dona Xica voltar. Já havia recebido uma carta de Zilda dizendo que não queria nada com ele, que era loucura o que estava pedindo. Dona Xica demorava, e ele amargurado, tomando umas e outras, nem percebeu um bando de homens com caras amarradas, fitando o negro rapaz. Quando chegou a hora de fechar o bar, Dirceu saiu sem direção, como que prevendo não chegar a lugar algum; foi só virar a esquina, que os homens atacaram. Dirceu só apanhou sem entender nada até um deles dizer: “quem manda se meter com a mulher dos outros safado!”. Não agüentou então ver do outro lado da rua Dona Xica, olhando tudo sem emoção alguma. Viu a morte de perto. Sentiu o que é não ter lar nem comida, mas sobreviveu. Não queria vingança. Não queria satisfação. Só queria um amor, e com seu coração cheio de esperança sabia que iria encontrar. Só que com aquele surra, ele não sabia se Zilda realmente havia recusado ou se foi seu marido e Dona Xica que escreveram por ela. Mas que se dane (!), curar aquele amor ia ser bem mais fácil que curar seu corpo todo moído!
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Os textos que não tem o nome do autor/fonte, são de minha própria autoria. (Guilherme Bonassa)
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